de tanto te olhar pela minha luneta estrábica.




Tenho que parar de escrever assim, como se fosse uma carta anônima, que seu nome está oculto nela como destino, e o meu como remetente. Párar de achar que fazendo isso, quiçá você lê entende que é pra você esse montoado de palavras.Que não tô escrevendo pro prefeito, não to falando de greve, nem de dor no peito. Que no fim, bem no fim de março não adiantou de nada. Um senhor com chapéu grande que disse, mais vale umas dúzias de palavras mal ditadas do que um silêncio apagado pelo movimento das pálpebras.

                                                Acredito.

Que minha mãe está um pouco cansada, de cuidar da pia que pinga, do homem velho que vive no sanatório, do pijama do meu irmão passado, da minha ansiedade sem remédio, da sopa da minha vó. E acredito que ela queria uma massagem no pé, um mingau de maisena, ela gosta de passar todos os cheiro depois do banho, que deixam ela assim.

                 Creio que.

As tintas devem voltar a fazer parte da constituição dos meus braços e dedos, que saía assim pra ir na padaria, na casa de um amigo, não lava a mão nem pra comer cachorro-quente, porque a tinta tinha que ficar lá, até achar que estava bom, e sair pelo ralinho.

                              Anseio

Muito, talvez até aquele negócio de signos estejam certos. E foi encontrar essas pessoas que roem dedo e falam pelos cotovelos que percebi que meu lugar, é inexistir. Anacrônica desleixada, me fez no tempo do nunca, me deu um tempo de vento.

                                                                                                                  Findando


Tinha que falar assim? Ninguém é culpado dessa sua super-estimação sob aqueles que você nem sabe direito que cor tem os pelos do nariz. Eu sei que...desafiando as estátuas paradas por dois ou três anos atrás, talvez elas estejam vivavivinhas. 

                                   Esperando que soprem sua orelha.

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