
oh ralooo do esgoto,
que passa e leva com ele todos os podres do mundo,
pobres seres enlatados ,
não sabem que tinham poderes.
A rala figura, tomava sopa
Rala, de frango, de legumes, de carne desfiada.
Sentia-se rala e queria se ralar pelo ralo.
Porque sua camisa era roída
Seu cabelo era raspado,
E seus pés sempre pisavam no raso.
Rápida foi sua vida
Assim toda rasgada
Sem reparo.
Assim não teve despedida
Não teve concerto
Nem como consertar.
Pro ralo rolou até rastejar com os ratos.
Por ali ficou riscando nas paredes, desenhos de giz.
Que nunca foram expostos numa galeria,
Mas encheram de cores e idéias as cabeças dos ratos.
Ana Julia C. Costa